quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Radiohead

Bom, e parece que não me consigo alhear de fazer um post musical por dia, sendo que não me apercebo se isso é algo positivo ou nem por isso.

Os grandes génios de hoje são os Radiohead, e permitam-me que o diga sem sequer pensar, sem ter sequer tempo para discernir se serão ou não das grandes bandas do século XX, o que é, de facto, inegável.
Além de tudo, parece que também mantenho a «mania» de vos oferecer as respectivas prestações perante numerosas plateias (excepto a dos The Good The Bad and The Queen), o que, a meu ver é claramente essencial pela simples razão de que ao vivo é que temos a possibilidade de saber se uma banda é realmente o que pensamos.
Muitos poderão discordar.
Aceito.
Mas esta música que vos deixo aqui é sem dúvida uma das grandes obras do senhor Thom Yorke e só espero que a apreciem com todo o respeito que qualquer artista merece.



"Karma Police"

Karma police, arrest this man
He talks in maths
He buzzes like a fridge
He's like a detuned radio
Karma police, arrest this girl
Her Hitler hairdo is
Making me feel ill
And we have crashed her party
This is what you get
This is what you get
This is what you get when you mess with us
Karma Police
I've given all I can
It's not enough
I've given all I can
But we're still on the payroll
This is what you get
This is what you get
This is what you get when you mess with us
And for a minute there, I lost myself, I lost myself
Phew, for a minute there, I lost myself, I lost myself


Cumprimentos, Simão Martins

«Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.»


O conhecido provérbio do título até poderia fazer prever um post animado, humoristicamente razoável, mas pelo contrário.
Trata-se de uma notícia que me deixou completamente perplexo como há muito não ficava: um homem chinês de 26 anos morreu após ficar praticamente sete dias (não foram os sete dias na totalidade, mas já imaginam o exagero da situação) a jogar computador online.

É assustador o aumento do tempo que as pessoas e principalmente os jovens, passam ao computador, sendo já considerado um dos grandes vícios deste mundo. Pode até parecer um pouco contraditório o que estou a dizer, tendo em conta que escrevo quase todos os dias no blog e perco para isso no mínimo 30 minutos, ainda sem contar com o tempo destinado a ver televisão e jogar Playstation («Faz o que eu digo não faças o que eu faço»). O que eu quero com isto dizer é que cada vez mais, com a diminuição do tempo para tudo (está provado que hoje em dia o tempo passa mais depressa do que antigamente), a utilização e gestão desse tempo começa a ser cada vez mais desaproveitada, ou mal aproveitada.

É uma pena que este homem tenha morrido, mas o que é facto é que mais ninguém poderá ser censurado a não ser ele mesmo.

Cumprimentos, Simão Martins

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Enquanto o Jorge Palma tocar...


Foi indubitavelmente um dos grandes momentos musicais a que já assisti.
Jorge Palma ao vivo na Malaposta, não mais que 150 espectadores, o que fazia prever um espectáculo bastante agradável. Claro está, ao princípio não parecia que assim fosse: o concerto estava agendado para as 21.30 e apenas começou às 22.15. Claro está também, bastou que Jorge Palma entrasse em palco para que todo o sentimento de revolta que naqueles instantes ameaçou chegar ao clímax se dissipasse.

A partir daí, e sempre com o seu jeito meio embriagado de quem sabe o que faz, Jorge Palma foi dando lugar a canções inexplicavelmente bem sucedidas, tendo também desafiado um pouco as leis naturais da música ao improvisar duas de Zeca Afonso. Chegou mesmo a cantar um verso de Pink Floyd. No meio de esquecimento de letras, improvisos desenfreados e divagações com o público, fomos assistindo a um grande concerto.

Acabou em grande, sem dúvida, com A gente vai continuar. No entanto, fica aqui a letra de uma das melhores da noite.


Dá-me Lume

Chegaste com três vinténs
E o ar de quem não tem
Muito mais a perder
O vinho não era bom
A banda não tinha tom
Mas tu fizeste a noite apetecer
Mandaste a minha solidão embora
Iluminaste o pavilhão da aurora
Com o teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Eu fiquei louco por ti
Logo rejuvenesci
Não podia falhar
Dispondo a meu favor
Da eloquência do amor
Ali mesmo à mão de semear
Mostrei-te a origem do bem e o reverso
Provei-te que o que conta no universo
É esse passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar
Eu tinha o espírito aberto
Às vezes andei perto
Da essência do amor
Porém no meio dos colchões
No meio dos trambolhões
A situação era cada vez pior
Tu despertaste em mim um ser mais leve
E eu sei que essencialmente isso se deve
A esse passo inseguro
E ao paraíso no teu olhar
Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar
Se eu fosse compositor
Compunha em teu louvor
Um hino triunfal
Se eu fosse crítico de arte
Havia de declarar-te
Obra-prima à escala mundial
Mas eu não passo dum homem vulgar
Que tem a sorte de saborear
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar

Cumprimentos, Simão Martins

À sexta foi de vez!


Peço desculpa se estou a ser previsível, mas é inevitável não falar sobre a grande noite de óscares a que ontem assisti.

E finalmente Martin Scorsese foi galardoado com o óscar de melhor realizador de 2007, pelo filme The Departed (Entre Inimigos). Devo recordar que cinco vezes antes fora também nomeado mas nunca provara a sensação de receber a estatueta dourada de Hollywood. O filme recebeu três outras estatuetas, entre as quais a de melhor filme e melhor argumento adaptado. Foi, como todos os jornais referiam hoje a «noite de Scorsese».
Nos outros óscares principais, não houve surpresas. Forest Whitaker ganhou o prémio de melhor actor principal (O Último Rei da Escócia) e Helen Mirren ganhou não só o prémio de melhor actriz principal (A Rainha), como também um convite da própria rainha Isabel II, que ficou impressionada com o desempenho da actriz.

Não posso deixar ainda de dizer que foi uma aposta ganha por parte da organização ao pôr Ellen DeGeneres como anfitriã do espectáculo.

Para dizer a verdade, estava a torcer claramente pelas Cartas de Iwo Jima de Clint Eastwood para melhor filme, mas pelos vistos a academia este ano estava mesmo do lado de Scorsese (excluindo totalmente a intenção de provocação, foi totalmente derrotado em 2004 por Eastwood com Million Dollar Baby).

Cumprimentos, Simão Martins


sexta-feira, fevereiro 23, 2007

PLEASE DO NOT WATCH THIS AT HOME!


É bem sabido que muito do que hoje se vê na nossa televisão é de uma qualidade por vezes tão ínfima que chega a amedrontar qualquer espectador minimamente razoável.

Assim, e uma vez mais criticando algumas coisas que vêm lá da terra do Tio Samuel, o tema do post de hoje destina-se a uma das maiores atrocidades da televisão de todos os tempos. Falo, claro está, do conhecido fenómeno da WWE. Para quem nunca ouviu falar, a WWE (World Wrestling Entertainment) é uma companhia de entretenimento norte-americana de Wrestling. O «espéctaculo» é, de resto, bastante simples. Histórias encenadas, lutas que na maioria das vezes não passam elas também de encenações forçadas, etc..

O meu alvo de contestação é não só o fenómeno em si, que já vai rendendo uns milhões, mas também a condescendência que as entidades reguladoras dos EUA têm para com este tipo de programas, quando censuram (no verdadeiro significado da palavra) partes de outros programas ou projectos por vezes bem mais pedagógicos. Julgo que muitos de vocês ouviram falar no escândalo que envolveu Janet Jackson e Justin Timberlake num espéctaculo ao vivo, em que este retirou a protecção de um dos seios da sua colega, provocando uma polémica tal, que neste momento existem entre 3 e 5 segundos de delay nas emissões em directo, para que este tipo de situações possam ser autenticamente «censuradas». Este processo de censura até já abrangeu músicas de bandas como os Rolling Stones, com o seu tão conhecido êxito, Satisfaction. Ora, isto leva-me a pensar que os EUA estão a retroceder a passos largos em relação ao resto dos países ditos «desenvolvidos». Por exemplo, na MTV americana não são permitidas as chamadas asneiras, impropérios ou como lhes queiram chamar, ao contrário da MTV europeia, em que tal não se verifica.

À luz destes factos, apenas posso concluir o seguinte:

Não podemos ver corpos nus (ou parcialmente), mas o que o WWE e a maioria dos videoclips de hip hop e rap promovem é precisamente isso! Quem nunca viu um videoclip do conhecido 50 Cent com quatro ou cinco mulheres a exibirem-se pornograficamente, rebaixando o sexo feminino ao mais nojento possível? No WWE, para além das lutas masculinas, existem também as lutas femininas com mulheres em biquini, cuja postura não está assim tão longe da nudez quanto isso. Será que não podemos ouvir palavras que não se devem dizer, ver mulheres nuas (não necessariamente na totalidade), mas já podemos assistir a lutas de ringue que só demonstram o quão primitivo o ser humano consegue ser? Não, o WWE não é desporto, e eu hoje assisti a um episódio na totalidade para poder comentar o que por lá se passa. Ocupa cerca de três ou mais horas diárias na Sic Radical e vai passar a existir um espaço para este entretenimento também na Sic generalista.

O que mais me surpreende, e tendo em conta que ser trata de um espectáculo que promove a violência como base e/ou consequência de um quase inexistente diálogo, é a quantidade exorbitante de audiências que este evento vai tendo e somando, o que é no mínimo preocupante. Assim sendo, tão cedo não poderemos assistir à extinção deste fenómeno (depreciativamente falando).

É pena.

Cumprimentos, Simão Martins

sábado, fevereiro 17, 2007

Iwo Jima


A primeira sensação: Viva a América! Falo sem dúvida do soberbo filme As Bandeiras dos Nossos Pais, de Clint Eastwood. Fala da farsa de uma conquista encenada com o objectivo de mover milhões de dólares para recuperar os gastos económicos da guerra. É sem dúvida um grande filme de guerra, em que a narrativa é intercalada com o cenário de guerra em Iwo Jima, a ilha que os americanos tanto ambicionaram conquistar e assim aconteceu, ao contrário de outras ocasiões.

O motivo por que falo deste filme é simples. Sem ele não teria feito muito sentido aquele que é desde já um dos melhores filmes que já tive o prazer e a possibilidade de ver.

As Cartas de Iwo Jima. A qualidade inerente a este filme deve-se a vários factores que, tentando não detalhar ao máximo o mesmo (embora vontade não me falte), são de uma perspicácia e genialidade que só Clint Eastwood me vai dando provas constantes de possuir (Mystic River, Million Dollar Baby).
Temos Saigo, um desajeitado oficial de baixa patente que acha ridícula a ideia de persistir na defesa da ilha de Iwo Jima, que vai ser uma das figuras capitais ao longo de toda a história. A grande interpretação pertence, ainda assim, ao general Kuribayashi, um visionário que tinha estado nos EUA, o que o levou a revolucionar as estratégias de guerra, por conhecer o inimigo. Surge depois Nishi, um antigo campeão olímpico de equitação que foi recrutado para ajudar a organizar a cavalaria. Por último, Shimizu, um ex-membro da polícia política japonesa, cuja história nos deixa um pouco abalados.

À partida poderiam afirmar que todas estas personagens parecem levar-nos para um filme de qualidade mediana, sem as características do que podemos chamar uma obra de génio. Mas, de facto, tal não acontece. Clint Eastwood consegue, num filme de guerra intenso (um pouco à semelhança de O Resgate do Soldado Ryan, de Spielberg) conjugar o mais cru que o humano pode ter com os mais ternos sentimentos. A determinada altura, e penso que é um dos muitos (muitos mesmo) clímaxes do filme, e quando falo de clímaxes, falo dos respectivos «golpes de génio», o momento em que Nishi decide não pôr termo à vida de um americano que alvejaram. Nishi pede ao médico da sua equipa que salve o americano, utilizando os medicamentos que restavam, argumentando que iria retirar informações sobre o inimigo. Como o interrogatório foi feito em inglês, os restantes soldados não se aperceberam de que Nishi e Sam falavam não de questões militares, mas de pormenores fúteis do quotidiano. Passado algum tempo (algumas horas), Sam acaba por morrer e Nishi lê a carta que o americano trazia consigo. A carta era da sua mãe, e aqui fica a nota que vai justificar as atitudes de ambas as partes (não conscientemente, digo-o como espectador), americanos e japoneses. Para além do desejo de Sam voltar são e salvo, dizia que «Devemos fazer o que é correcto, porque isso é o correcto».

E é isso que o filme tem de tão genial. Os pormenores que nos levam a pensar que não é preciso estarmos em guerra para reflectirmos se o que fazemos é o que está certo ou não. O mesmo se passou quando Kuribayashi, no seu jantar de despedida da América, teve que responder se, numa guerra eventual entre os EUA e o Japão, ele se juntaria à sua pátria e combateria os amigos do país que o acolheu. Ele apenas respondeu que agiria conforme as suas convicções, que seriam necessariamente as convicções do seu país.

Mais uma vez, muito bem, Clint Eastwood. E por aqui me fico, pois espero que vejam o filme, e possam vir comentar dizendo se concordam ou discordam plenamente com esta avaliação que aqui faço.

Cumprimentos, Simão Martins

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

«Os portugueses não têm testículos para dizer que o referendo à despenalização do aborto não é vinculativo.»


Pois bem, caro «senhor» Alberto João Jardim (autor da afirmação contida no título), eu acho é que a maioria dos portugueses não teve testículos sequer para ir votar.
Dito isto, cinquenta e seis por cento foi a percentagem de portugueses que se abstiveram de ir às urnas. Se é vinculativo ou não, essa questão não me compete a mim discutir. Penso acima de tudo que devemos aceitar a posição de quem votou e essa posição foi bem explícita, a meu ver.

Na verdade, foi a Alberto João Jardim que faltaram os testículos para assumir uma derrota claríssima, embora o seu partido não se tivesse vinculado a nenhuma posição no referendo.

Cumprimentos, Simão Martins

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

The Good, the Bad, the Queen, and the Valentine's Day

Hoje é talvez o mais informal de todos os posts que fiz até hoje. É com a alegria de quem tem os pés bem assentes na terra no que toca à vida amorosa que vos deixo a última maravilha deste mundo, da autoria do grande senhor Damon Albarn.





Feliz dia dos Namorados e cumprimentos, Simão Martins

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A má notícia...


E se o dia de ontem foi algo de positivo na sociedade portuguesa, o mesmo já não se pode dizer de um acontecimento do dia 2 de Fevereiro, num jogo de futebol da série A italiana, uma das principais competições futebolísticas europeias.

A razão pela qual não produzi até hoje qualquer texto sobre um acontecimento futebolístico de relevo, foi porque não tinha encontrado razão para o fazer. Pena ter sido esta a razão.

O sucedido deve ser bem conhecido por quase todos, mas passo ainda assim a descrever o que se passou: na 22ª jornada da liga italiana de futebol, defrontavam-se Catania e Palermo, um fervoroso derby siciliano. Galvanizados pela derrota da sua equipa, que até jogava em casa, os adeptos do Catania decidiram lançar-se numa revolta tal, que dessa atitude resultou um polícia morto, atingido por um explosivo. De imediato, o comissário extraordinário da Federação italiana, Luca Pancalli, decidiu suspender todos os campeonatos, incluindo os jogos da selecção italiana.

A razão pela qual decidi comentar este acontecimento é simples: a partir do momento em que um estádio de futebol ou de qualquer outro desporto se transforma numa arena gladiatória, a selvajaria impera e pouco há que possamos fazer contra a raiva das claques ou mesmo multidões apoiantes dos diferentes clubes. É por isso que devemos ser chamados a pensar para que servem as coisas. Para que serve o desporto? Para os desportistas, constitui o seu emprego, hobby, lazer, etc. Para os apoiantes, entretenimento. En-tre-te-ni-men-to. Revolta-me pensar que o calor da situação acabe tantas vezes em cadeiras voadoras, invasões proibidas de campo ou, como foi o caso, uma morte. Na Inglaterra, o país que criou o futebol, as pessoas vão «à bola» com o mesmo espírito com que nós, portugueses, vamos ao cinema. Claro que falo do público comum, não me refiro obviamente aos tão conhecidos Hooligans que usam o futebol como pretexto do seu desejo de vandalismo.

Entretanto, a maior parte dos jogos vão sendo realizados à porta fechada. Concordo plenamente, pois há que reflectir sobre certas atitudes irreflectidas ou não que se verificam tantas, tantas vezes por esse mundo. É altura de evoluir do macaco, esta é a circunstância da distinção, por que não aproveitá-la?

Cumprimentos, Simão Martins

A boa notícia...

Bom, após uma série de dias sem postar, por razões obviamente alheias aqui ao bloguista, regresso hoje com duas notícias que me pareceram dominantes, não só enquanto estive ausente, mas que se verificam ainda «em cima da mesa».
Começo então pela mais recente, de tratamento mais imediato e simples.

Pois bem, o SIM ganhou mesmo no referendo de ontem, dia 11 de Fevereiro de 2007. E como disse, vai ser bastante breve a minha apreciação da vitória do SIM ou, melhor dizendo, do referendo em si. Na minha opinião, a vitória do SIM é sem sombra de dúvidas uma vitória das mulheres e uma vitória para as mulheres que já não terão que se sujeitar a condições desumanas para uma atitude que só a si diz respeito. É uma vitória que deixa de criminalizar (atenção, certos partidários do NÃO, deixa de criminalizar, o que significa que despenaliza, cuja tradução não é certamente liberalização) as mulheres por interromperem voluntariamente a sua gravidez e que lhes possibilita um serviço especializado de acompanhamento legalmente autorizado em condições higiénicas e sanitárias suficientes para o efeito.

Assim sendo, ganhou o voto mais consciente, o voto que conseguiu, na campanha para este referendo, identificar melhor os seus objectivos, dos quais, essencialmente, a redução drástica do aborto clandestino até às dez semanas.

Cumprimentos, Simão Martins