quarta-feira, novembro 28, 2007

Muse live Shepherds Bush

Aqui ficam os vídeos de todas as músicas tocadas pelos Muse dia 26 de Junho de 2006 em Shepherds Bush, na Inglaterra (que fabulosa actuação!)


1. Take a Bow


2. Bliss


3. Map Of The Problematique


4. Butterflies and Hurricanes


5. Starlight


6. Plug in Baby


7. Citizen Erased


8. Soldier's Poem


9. Feeling Good


10. Stockholm Syndrome


11. Invincible


12. Supermassive Black Hole


13. Hysteria


14. Assassin


15. New Born


16. Time is Running Out


17. Knights of Cydonia


Enjoy, Simão Martins

terça-feira, novembro 27, 2007

Du'a


O post de hoje é dedicado a Du’a Khalil Aswad, uma menina iraquiana de 17 anos que foi assassinada por volta de maio deste ano.
A história é simples, mas nem por isso quero que ela seja esquecida. Por ninguém!

Du’a Khalil Aswad vivia em Mosul, no Iraque. Um dia, a menina apaixonou-se por um rapaz e começaram a namorar, o que geralmente acontece com os jovens dessa idade. Só que ela era curda, e ele sunita.
Então um dia, enquanto voltava da escola, Du'a foi surpreendida por cerca de mil homens que decidiram punir esta sua relação amorosa da forma mais inqualificável e desumana: apedrejamento.
Du'a foi apedrejada, pontapeada, chegou a ficar totalmente nua no chão e mesmo assim ainda vivia, até que um último arremesso pôs termo ao sofrimento legalmente imposto por todos aqueles homens.
Talvez o que mais me enoja seja o facto de tal acontecimento nunca ter sido muito publicitado (aliás, este post é uma segunda versão de um já existente no Random Precision, blog através do qual tomei conhecimento do acontecimento em questão), sendo que os homens que fotografaram com os seus telemóveis toda esta cena digna do mais irracional dos animais da natureza, ainda hoje se regozijam por terem tirado a vida a Du'a, por esta estar apaixonada por um rapaz que simplesmente tinha uma religião diferente.

É de facto uma história muito simples.

Mas custou-me muito a contá-la.

Cumprimentos para ti, Du'a, Simão Martins

quarta-feira, novembro 21, 2007

A Soldier's Poem

Penso que é o primeiro post em que me refiro especificamente ao tema da pobreza, da miséria, daquilo que não toca a qualquer pessoa que leia este texto. Tal como existe um elevado índice de pobreza em certas regiões do globo, também é grande a quantidade de coisas que se podem dizer acerca da mesma, o que me deixa triste. Há pessoas que me dizem: "falas da pobreza no mundo, mas não fazes nada para que ela diminua, ficas-te pelas palavras".

Penso nela!

Talvez não seja o suficiente, e até pode nem sequer melhorar em nada a vida dos milhões que morrem de sida e outras doenças que vão minando a raça humana nalgumas zonas do planeta Terra, especialmente em África. Mas ao menos contesto, já que alguns dos líderes mundiais se limitam à sua inércia em relação a este tema tantas vezes falado e nunca resolvido. Mas haverá sempre pessoas cada vez mais pobres e pessoas cada vez mais ricas. Esta assimetria tão injusta é talvez o que caracteriza melhor a cisão entre o chamado mundo ocidental, e o resto...
O vídeo fabuloso que vos deixo aqui fala sobre a merda da injustiça que há no nosso mundo. Sobre os soldados que fazem a guerra, os armados, os desarmados, os que conseguem sorrir, os que não conseguem, os que conseguem andar, os que não conseguem, os que têm família e amigos, e os que não têm...
Eu não acho que faça alguma coisa para diminuir a pobreza no mundo, mas ao menos quero homenagear todos os que ainda vivem, e todos os que já não.





Cumprimentos, Simão Martins

terça-feira, novembro 20, 2007

"-Que estás a fazer? - perguntou Jordan sentando-se a seu lado. O cigano mostrou. Era uma peça de armadilha.
-Para as raposas - explicou. -Das que desandam e quebram a espinha - disse rindo a Jordan. -É assim - e reproduziu o movimento da armadilha que desaba e apanha a caça incauta; a sua mão fez de raposa e depois de simulado o golpe abanou-a no ar como se tivesse a espinha partida. -É coisa muito prática - explicou.
-Ele caça mas é coelhos - disse Anselmo. -É cigano e por isso diz que apanha raposas, quando o que apanha são coelhos. E se apanhar uma raposa dirá que foi um elefante.
-E se eu apanhar um elefante? - indagou o cigano com os alvíssimos dentes à mostra e piscando os olhos para Robert Jordan.
-Então dirás que é um tanque - volveu Anselmo.
-Pois hei-de apanhar um tanque, e então quero ver o que lhe chamas.
-Estes ciganos falam muito e não matam nada, - retrucou Anselmo."

Por quem os sinos dobram, Ernest Hemingway

Eu gosto muito destas coisas.

Cumprimentos, Simão Martins

domingo, novembro 18, 2007

G. and The Storytellers


Foi há pouco mais de uma semana. Na noite de dia 9 de Novembro de 2007, entravam no palco do teatro A Bruxa três tipos aparentemente normais e desprevenidos, dispostos a fazer música e, sei lá, contar umas histórias ou estórias, como queiram. Tentaram fazê-lo e nem por isso foram mal sucedidos. Dos poucos espectadores que se encontravam na acolhedora sala ouvimos risos, palmas, alguns ruídos que abonavam em nosso favor e que nos davam a sensação de, "malta, isto está a resultar". Podia-se dizer que ali se fazia música, e ponho já de parte qualquer falsa modéstia de que me possam acusar. Misturaram-se estilos, o cenário condizia, e tudo se reuniu em tal consonância que simplesmente deu prazer, muito prazer de estar ali a tocar. Deixo-vos uma sugestão deste projecto acústico-alternativo que promete ainda dar alguns frutos.

(G. and The Storytellers no teatro A Bruxa, Évora)



Cumprimentos, Simão Martins

quinta-feira, novembro 15, 2007

segunda-feira, novembro 12, 2007

O que faz um homem de garfos numa terra de sopas?


Sou invejoso. Geralmente as pessoas dizem que se é invejoso quando não se quer emprestar algo a alguém, mas isso é egoísmo. Não. Eu sou invejoso agora (não no dia-a-dia), tudo porque tenho raiva de não ser o autor do título do meu post. Claro que estou a enfatizar todas estas sensações mas apenas porque é isso mesmo que sinto, gostava de ter sido eu a pensar e a escrever o que faz o um homem de garfos numa terra de sopas...

Já agora, e antes de passarmos ao que interessa, o título é da autoria de Jordi Sierra i Fabra, no seu livro Um Homem com um Garfo numa Terra de Sopas. Adiante:

Haverá neste planeta em que vivemos alguma frase mais fabulosa que esta? Não tenho ouvido nem lido muitas, nem nenhuma que se enquadre tão bem nos tempos vigentes, o que, se por um lado me preocupa, por outro reconforta-me por saber que ainda há quem exista e pense, de facto. Portanto, resta-nos perguntar: o que faz de facto um homem com um garfo numa terra de sopas? Aliás, antes de mais, será que os há? Ou será que há quem o não seja? Bom, de tudo um pouco, e é por isso que esta metáfora é tão fabulosa.
Um homem com um garfo numa terra de sopas, e aqui o Jordi Sierra i Fabra que me perdoe, mas tenho que o parafrasear, come com as mãos, ou então não come, e de facto é assim que nos safamos nos dias de hoje. Como exemplo: será que era António Variações um homem de garfos numa terra de sopas? Será que preferiu não comer a comer com as mãos? Penso que esta frase se adequa sobretudo aos génios, pois serão sempre eles os "garfeiros" em terras de sopas, e por poucas colheres que haja, ou por pouca que seja a sopa, eles não deixarão de existir.

Kurt Cobain, Fernando Pessoa, Vincent Van Gogh, Frida Kahlo:

todos eles famintos, nem todos com colheres...

Cumprimentos, Simão Martins