quarta-feira, outubro 29, 2008

Peixe:avião

Pois é, para não ficar atrás do mote dado pelo Simão aqui há uns dias atrás, hoje quero-vos falar de uma outra banda portuguesa com álbum de estreia fresquinho nos escaparates. Justiça seja feita ao nosso amigo Breites, que se antecipou a mim.

Os Peixe:avião são um quinteto de Braga, e a sua música expressa muita influência de uns amigos nossos conhecidos cujo nome começa em "R", acaba em "d" e tem "adiohea" no meio. Com isto, alguns de vós pensarão que isso ou é muito bom, ou é muito mau. Posso-vos garantir que neste caso não poderia ser melhor. Os Peixe:avião são talvez a banda portuguesa que mais me entusiasma ouvir desde os Ornatos Violeta. A sua música mistura rock com electrónica, ambientes etéreos e envolventes, guiados pela voz de Ronaldo Fonseca, cujo falsetes e notas prolongadas e ternas fazem lembrar tão bem o nosso amigo Tomás Iorque. Mas os peixe:avião merecem mais do que esta constante comparação com os deuses britânicos. A sua música já demonstra uma personalidade vincada, e as letras das músicas um estilo muito característico. O álbum de estreia "40.02" é um começo extraordinário, e deixa muitos e bons sinais de que podemos estar a presencear do nascimento de uma banda de culto em Portugal. Deixo-vos com 2 musiquinhas, mas aconselho vivamente a audição do album por inteiro. A ter em muita atenção.


Nortada - peixe : avião


A espera é um arame - peixe : avião

terça-feira, outubro 21, 2008

Robocall


Eu não sei onde é que John McCain quer chegar. Certo é que há já algum tempo que optou por esta campanha eleitoral não em prol da sua imagem mas sim da destruição da imagem do seu adversário. Eu não chamaria a isto campanha eleitoral, mas antes difamação.

Assim sendo, como noticia o Público de hoje, o senador republicano engendrou mais um plano maquiavélico para tentar tirar Barack Obama da corrida: chamadas telefónicas automáticas (robocalls) em nome de John McCain que acusam o senador democrata (Obama) "de estar ligado a terroristas e não ser firme na defesa da segurança nacional". E passo então a citar o que a dita robocall afirma quando a chamada é atendida:

"Olá. Estou a ligar em nome do senador John McCain e do Comité Nacional Republicano. Você precisa de saber que Barack Obama trabalhou de perto com o terrorista Bill Ayers, cuja organização bombardeou o Capitólio dos Estados Unidos, o Pentágono, a casa de um juiz e matou americanos. Os democratas vão promover uma agenda radical de esquerda se tomarem o controlo de Washington."

Ok. Convém então informar que John McCain já tinha sido alvo de uma manobra eleitoral deste género em 2000, por parte do seu opositor à nomeação Republicana, George W. Bush. As chamadas foram totalmente financiadas pela candidatura do ainda Presidente norte-americano, tendo como consultor político um tal de Jeff Larson. E agora vamos tirar algumas conclusões:
Não só McCain disse na altura algo como "prometo que nunca tive, nem nunca terei, nada a ver com este tipo de táctica política", como o seu actual consultor político é conhecido como Jeff Larson.

Ora, há algo neste homem que não deixa de me espantar. Ou provavelmente eu até estava à espera de algo assim. Mas quando nos encontramos num tempo de tal crise financeira e vejo nesta página do jornal a referência ao investimento que este processo exigiu - 70 milhões de dólares - a única pessoa que se está a cagar, no meio de tudo isto, é este tal de John McCain. Porque investir na campanha eleitoral, para promover a própria imagem, acho que é algo incontornável (embora não deixem de me chocar as quantias astronómicas gastas); quando falamos de uma manobra eleitoral hipócrita e que assenta na difamação e que só serve para tentar derrubar da maneira mais primitiva o opositor (que se apresenta mais forte, mais consistente), estamos perante o pior da América.

Esta é uma das muitas razões pelas quais John McCain não poderá ser eleito presidente dos Estados Unidos da América. É um homem sem princípios, que se orgulha de ter participado numa das maiores tragédias do séc.XX (guerra do Vietname) e certamente se orgulha das tropas que estão há três anos no Iraque e dos rios de dinheiro que se gasta em armamento, apenas para tentar promover a falsa democracia que os Estados Unidos julgam pertencer-lhes.

Este blogue, está visto, é pró-Obama. As razões, essas são mais que óbvias.

Cumprimentos, Simão Martins

sábado, outubro 18, 2008

terça-feira, outubro 14, 2008


Em A Funda São.


Cumprimentos, Simão Martins

sexta-feira, outubro 10, 2008


Estes fulanos merecem referência. Quanto mais não seja por esta música intitulada Conto de Fadas de Sintra a Lisboa. São Os Pontos Negros e tresandam a Verão. A guitarra seca, os ritmos dançáveis e toda a frescura em torno deste "mega single" fazem-me ter vontade de comprar o álbum, que ainda não conheço (mas promete!). Numa altura em que parece que só há para aí "Clãs" e "Davides Fonsecas" sabe sempre bem ouvir estas coisinhas boas da música portuguesa.


Conto De Fadas De Sintra A Lisboa - Os Pontos Negros

Ele era um cavalheiro
E dele transpirava elegância
Ela era gata borralheira
Tivera que limpar a sua infância
Ele velejava no verão
E esquiava no inverno
Ela trabalhava ao balcão
De um qualquer estabelecimento moderno
Ele gostava de reluzir em si
O estilo da capital
Ela já não conseguia distinguir as cores
Da bandeira nacional
Ele tinha em vista imensos títulos
Uma futura ordem do infante
Ela achava o levantar do chá com o dedo mindinho
Algo deselegante
Mas ele um dia curvou-se a seus pés
E ela passou a ocupar o tempo
A descobrir o que era a cultura
E ele confinou-se aos seus aposentos
E descobriu a costura
Ela quis vir a entender o universo
E começou a ler Platão
E ele resolveu perceber o que era a justiça
Em frente à televisão
A ele de nada lhe valeu a carência
Nem a casa no largo do rato
Porque ela sabia que era cinderela
E enganou-o com um sapato
Ele queria ir à presidência
Agora rendia-se à evidência
Com mulheres que calçam o quarenta
Ele vai revelar prudência
Hoje ele ainda beija os seus pés

Cumprimentos, Simão Martins

quarta-feira, outubro 08, 2008

"I can't believe the news today..."


Paul Hewson é o seu nome. Mas toda a gente o conhece por Bono.

Tenho pena, portanto, que o meu primeiro post depois destas férias que já pareciam intermináveis servisse para dizer mal do líder dos U2. Mas lá terá que ser:

Li hoje no diário digital que este senhor que tenho tido por hábito admirar, vai participar num musical na Broadway que é apenas a produção mais cara de sempre (tem um orçamento de 40 milhões de dólares, o que significa a ridícula quantia de 1 milhão de dólares semanais). Ora, numa altura em que se vive a maior crise financeira desde 1929 e sendo Bono um dos activistas com maior influência a nível mundial, chega a roçar a perversidade este seu contributo para a mega-produção da Broadway intitulada "Spider-Man" (podemos até imaginar o que ele não lucrará com isso).
Costuma-se dizer que é no melhor pano que cai a nódoa, e infelizmente Bono não fugiu à excepção. Parece que todos estes anos em prol de "um mundo melhor" não lhe impediram uma lavagem ao cérebro, esqueceu-se pura e simplesmente do discurso que gritou em plenos Live Aid e Live8, entre homenagens a homens como Nelson Mandela e outros.

Se calhar está só a querer igualar a riqueza do Papa, de quem costuma ser amigo!

Cumprimentos, Simão Martins