terça-feira, novembro 20, 2007

"-Que estás a fazer? - perguntou Jordan sentando-se a seu lado. O cigano mostrou. Era uma peça de armadilha.
-Para as raposas - explicou. -Das que desandam e quebram a espinha - disse rindo a Jordan. -É assim - e reproduziu o movimento da armadilha que desaba e apanha a caça incauta; a sua mão fez de raposa e depois de simulado o golpe abanou-a no ar como se tivesse a espinha partida. -É coisa muito prática - explicou.
-Ele caça mas é coelhos - disse Anselmo. -É cigano e por isso diz que apanha raposas, quando o que apanha são coelhos. E se apanhar uma raposa dirá que foi um elefante.
-E se eu apanhar um elefante? - indagou o cigano com os alvíssimos dentes à mostra e piscando os olhos para Robert Jordan.
-Então dirás que é um tanque - volveu Anselmo.
-Pois hei-de apanhar um tanque, e então quero ver o que lhe chamas.
-Estes ciganos falam muito e não matam nada, - retrucou Anselmo."

Por quem os sinos dobram, Ernest Hemingway

Eu gosto muito destas coisas.

Cumprimentos, Simão Martins

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