segunda-feira, novembro 12, 2007

O que faz um homem de garfos numa terra de sopas?


Sou invejoso. Geralmente as pessoas dizem que se é invejoso quando não se quer emprestar algo a alguém, mas isso é egoísmo. Não. Eu sou invejoso agora (não no dia-a-dia), tudo porque tenho raiva de não ser o autor do título do meu post. Claro que estou a enfatizar todas estas sensações mas apenas porque é isso mesmo que sinto, gostava de ter sido eu a pensar e a escrever o que faz o um homem de garfos numa terra de sopas...

Já agora, e antes de passarmos ao que interessa, o título é da autoria de Jordi Sierra i Fabra, no seu livro Um Homem com um Garfo numa Terra de Sopas. Adiante:

Haverá neste planeta em que vivemos alguma frase mais fabulosa que esta? Não tenho ouvido nem lido muitas, nem nenhuma que se enquadre tão bem nos tempos vigentes, o que, se por um lado me preocupa, por outro reconforta-me por saber que ainda há quem exista e pense, de facto. Portanto, resta-nos perguntar: o que faz de facto um homem com um garfo numa terra de sopas? Aliás, antes de mais, será que os há? Ou será que há quem o não seja? Bom, de tudo um pouco, e é por isso que esta metáfora é tão fabulosa.
Um homem com um garfo numa terra de sopas, e aqui o Jordi Sierra i Fabra que me perdoe, mas tenho que o parafrasear, come com as mãos, ou então não come, e de facto é assim que nos safamos nos dias de hoje. Como exemplo: será que era António Variações um homem de garfos numa terra de sopas? Será que preferiu não comer a comer com as mãos? Penso que esta frase se adequa sobretudo aos génios, pois serão sempre eles os "garfeiros" em terras de sopas, e por poucas colheres que haja, ou por pouca que seja a sopa, eles não deixarão de existir.

Kurt Cobain, Fernando Pessoa, Vincent Van Gogh, Frida Kahlo:

todos eles famintos, nem todos com colheres...

Cumprimentos, Simão Martins

1 comentário:

Anónimo disse...

Escolheste uma fotografia fantástica do Dali e bem a propósito de “mais um garfo em terras de sopas”. Este é também um problema da genialidade e criatividade de seres humanos excepcionais e que fogem á regra e ao comum dos mortais e que acrescentava com uma obvia lucidez- “a diferença entre mim e um louco, é que eu não sou louco”.
E tu Simãozinho, Tb, já tens uns garfos tal como a Raquel!
Beijinhos
Ana