domingo, julho 29, 2007

Holidays

Por descuido e também devido a uma imprevista displicência esqueci-me de deixar aqui o aviso, como um gerente de restaurante que fecha para férias, dizendo "volto dia tal", referindo que as férias (ainda em curso) me deixariam impossibilitado de escrever fosse o que fosse. Pois bem, cá estou então com quase um mês de atraso a afirmar que não escreverei mais até inícios de Setembro.
Ao menos liberto-me do compromisso, e assumo-o. É mais fácil assim; dá para dormir descansado e até escuso de passar por cá em busca de um ou outro comentário.

Aproveito para dizer ao organizador de Paredes de Coura que este ano o plantel é rigorosamente alternativo, sendo que estou à espera que Pete Doherty faça das suas (mas estou mesmo).

Outra novidade é uma recente contratação que fiz para este espaço e que considero de extrema importância. Pelo menos uma ou duas vezes por mês, um grande amigo meu, cujo nome virá junto aos seus textos, fará uma colaboração para o Enquanto houver estrada para andar, com críticas a cd's, músicas e filmes. Faço-o pois penso que só tenho a ganhar com esta dinamização do blogue e espero que isso seja útil para todos, no que toca ao interesse geral.
Para o resto das férias fica aqui uma sugestão intemporal, incontornável e, melhor que tudo, fresca!
Acompanhada por um conjunto de imagens das mais variadas bandas que até vão merecendo o meu apreço, Age of Consent, dos New Order.



Com tudo isto mais este calor insuportável que não me parece que desapareça tão depressa quanto isso, desejo muito boas férias a todos e até Setembro!

Cumprimentos, Simão Martins

domingo, julho 01, 2007

O Jornal do Cidadão!


Este semestre tive uma disciplina intitulada Sociologia do Jornalismo e da Opinião Pública. O objectivo era, exactamente, perceber quais as características dos jornalistas e do jornalismo e também o impacto da mediatização na sociedade de massas, nomeadamente na opinião pública. E uma das conclusões a que consegui chegar, é que há jornais de referência, e jornais ditos "populares".
Ora, se há coisa que não contribui para uma melhor informação é, obviamente, a distorção sistemática dos factos contidos nas notícias expostas ao público. É o que fazem jornais como o Correio da Manhã, o 24 Horas, o Tal e Qual, entre outros. O post de hoje serve então para clarificar umas quantas ideias.
Ao ler o Diário Digital de hoje, não pude deixar de reparar no sonante título: 24 Horas quer assumir-se como o «jornal do cidadão». Também não pude evitar soltar uma boa gargalhada. Não tanto com o título, que até me parece uma boa ideia que, finalmente, haja algum bom senso nesta coisa da comunicação social, que está a degradar-se a passos largos. Ri-me por uma simples razão.
O 24 Horas quer ser o jornal do cidadão, mas quando o seu director diz que "a mudança passa por um reforço nas áreas de crime e justiça, televisão e famosos e finanças pessoais", eu só posso concluir que nada vai mudar. Crime e justiça? Há-os em abundância. Televisão e famosos?
Enfim, de facto, é mesmo para rir. E não podia ser de outra forma, pois estes jornais, como já foi dito, nunca poderão alcançar o estatuto de jornais de referência, pelo simples facto de que é necessário servir-se o interesse público para se ser um jornal do cidadão. E esta questão não podia vir mais cheia de pertinência.
Há, obviamente, uma distinção entre interesse público e interesse do público. O primeiro diz respeito às notícias que têm relevância no domínio cultural, político, económico e social de um país; o segundo está ligado às exigências e expectativas do público em geral. Não será preciso darmos mais que dois exemplos para que isto seja bem visível: a TVI e o 24 Horas. Estes são dos maiores servidores do interesse do público, sendo que o primeiro acumula as maiores audiências, ao contrário do segundo que, pelos vistos, fará estas fabulosas "alterações" nos conteúdos temáticos do jornal para aumentar as vendas.
Enfim, houve um comentário de há uns posts que continha uma expressão que vou transcrever, visto que descreve da melhor maneira o que se passa com a comunicação social em Portugal.

Pelos vistos, em Portugal dá mais saída servir o interesse do público (que é mais interessante) do que o interesse público (que é mais importante). Há, portanto, uma "emerdização" dos media em Portugal e que tem tendência para aumentar, o que se comprova pela análise das audiências nos diferentes meios de comunicação.

Cumprimentos, Simão Martins