quinta-feira, março 29, 2007

"Basta de imigração. Nacionalismo é solução."

Eu costumo dizer que nem sempre é bom clicarmos muito na mesma tecla, mas a tecla que engloba a tolerância e a democracia é sempre bem vinda. E nunca é demais clicarmos nela. Vejamos porquê.

O Partido Nacional Renovador decidiu colocar um cartaz em pleno Marquês de Pombal contra a imigração, com o slogan que podem ver no título. Ora, devem provavelmente recordar-se de uma metáfora que construi há uns posts atrás, em que era feita a analogia de um corpo humano deformado ou amputado com a sociedade dos dias de hoje.
Esta notícia com que me deparei no Público de hoje demonstra com clareza que ainda existem partes do corpo que precisam de ser reparadas.
Foi colocada na assembleia uma questão que se assemelha a uma opinião que tenho mantido e reforçado de há algum tempo para cá: será que deveria haver permissão e passividade para que estes grupos e/ou partidos com ideologias fascistas possam actuar na nossa sociedade?
De facto, mantenho a mesma postura. Vivemos em democracia e é democraticamente que devemos agir na sociedade. A imigração não pode ser visto como algo nocivo à existência de uma nação. Devemos, isso sim, adequar a nossa postura como país de emigrantes que somos e receber e integrar todos os que decidirem viver no nosso país, tal como nos receberam e integraram quando precisámos de asilo no exterior.
A posição do PNR é clara. Devemos ser retrógados e limitar-nos à nossa existência, tal como acontecia no período do Estado Novo.
Penso que quando o deputado do CDS afirma que “apesar dos sinais preocupantes, a questão não deve ser hipervalorizada” e que "à intolerância devemos responder com tolerância e com um silêncio ensurdecedor, não valorizando a questão” (fica a pergunta: porque será?), está apenas a legitimar a projecção de ideiais que contribuem para o atrofiamento dos membros do corpo que parece disposto a não recuperar.
Embora haja uma aparente concordância geral no que toca à condenação deste cartaz xenófobo e racista, persiste ainda o dilema: se um dos princípios dum estado democrático é a livre expressão de ideias e pensamento, será que poderá ser proibido um movimento deste tipo?
Eu sou da opinião, e não lamento que assim seja, que qualquer género de movimentos, partidos, expressões anti-democráticos (para não dizer fascistas e/ou nazis) devem ser travados, para que não disseminem toda essa ideologia que me parece claramente insustentável na nossa democracia. Posso estar a ser anti-democrático, ou mesmo demasiado radical, mas convém que haja uma postura séria e rigorosa para com a xenofobia e o racismo.
Razoável estou a ser de certeza.

Cumprimentos, Simão Martins

5 comentários:

Anónimo disse...

Quem imaginou esse cartaz deveria de ter o intestino grosso ligado à traqueia ou então é capaz de fazer a acrobacia de inserir a cabeça no anûs...
Eu infelizmente... já o vi (o cartaz óbviamente).

Como é evidente, não gosto do cartaz e não sou a favor do que o que ele diz mas, também não concordo com a tua opinião (já há muito expressa a alguns posts atrás) de que as ideias extremistas devem de ser travadas.
Isso é combater fogo com o fogo e se concordas nisso, também concordas na pena capital para crimes de homícidio... fogo contra fogo uma vez mais.
Na minha opinião, o ressurgimento de grupos extremistas com inumeros seguidores significa que actualmente HÁ UM PROBLEMA e não é "escondendo-o" que o vamos resolver. Salazar foi eleito como o maior português exactamente porque esse problema existe. O nosso dever, democrátas e sócio-democrátas é expressarmos a nossa opinião promovendo a tolerância.

Eu disse que o ressurgimento de extremistas é um problema... mas será realmente? Não será antes a justificação para a resolução de um outro problema? Estes ideias não aparecem ao acaso. Não o fizeram há 70 anos e não o farão agora (espero que não levar isto tanto à letra). De facto, os partidos extremistas resolveram um problema só para se tornarem no próprio problema assim sendo, as democracias devem de resolver "este" problema antes que os ventos mudem... para Este (direita).

Anónimo disse...

concordo plenamente com o Paulo. de facto, o ressurgimento de grupos extremistas é um problema em crescendo - não só em Portugal, mas também lá fora.

Veja-se o caso da Áustria, há uns anos - teve no poder, coligado com o partido de direita, um partido de extrema direita! acho que o homem chamava-se Hermann qualquer coisa...

Simão, já agora, dá uma saltada ao meu blog ;)

http://reflectionsofamirror.blogspot.com

Anónimo disse...

Claro, vocês é que são os democratas. Tudo o que não for de acordo com o vosso pensamento é tudo o que vos vier à cabeça de ofensivo. Para vocês, que a libertinagem total é a palavra de ordem, tudo é permitido menos aquilo que for contra as vossas ideologias. É simples, para mim e felizmente para mais alguns, vocês são a parte doente de um corpo em decomposição e tudo o que disserem é já esperado.
Expulsão aos imigrantes de países não-civilizados, sim. Chega de demagogias sobre a riqueza da mistura de culturas. Eu não quero ver o meu país descaracterizado. Não quero, e hei-de lutar contra pessoas que são suicidas do seu património nacional, ou que o vêem como um pesado fardo fascista. E não queiram branquear, dizendo que maioria das pessoas não sente isso e não é racialista por natureza. Felizmente, o racialismo está na natureza humana, ainda que reprimida por uma suposta «evolução» que não é mais que uma ditadura de «opinion-makers» como vocês.

Com todo o orgulho, em ser persona non grata no vosso meio «evoluído», Anónimo e livre de pensar por mim sãmente.

Anónimo disse...

"Claro, vocês é que são os democratas. Tudo o que não for de acordo com o vosso pensamento é tudo o que vos vier à cabeça de ofensivo."

meu caro, eu aceito a sua opinião assim como você possa ou não aceitar a minha - só por termos pontos de vista diferentes não quer dizer que tome a sua opinião como ofensiva. tomo-a como "contrária à minha" e contraponho. é a isto que assiste a liberdade de expressão.

"É simples, para mim e felizmente para mais alguns, vocês são a parte doente de um corpo em decomposição e tudo o que disserem é já esperado."

sendo assim, o Estado Novo não era um corpo em decomposição e tudo o que era dito não era esperado: "as colónias são nossas", "Deus, Pátria e Família"... tudo o que dizemos é já esperado? Dê exemplos.

"Expulsão aos imigrantes de países não-civilizados, sim. Chega de demagogias sobre a riqueza da mistura de culturas. Eu não quero ver o meu país descaracterizado. Não quero, e hei-de lutar contra pessoas que são suicidas do seu património nacional, ou que o vêem como um pesado fardo fascista. "

só uma pergunta: se quer q os imigrantes "não civilizados" sejam expulsos, oferece-se para trabalhar na construção civil, sendo mal remunerado e não tendo condições de trabalho? lembre-se que foram Angolanos, Cabo-Verdianos, Guineenses, Moçambicanos, Ucranianos, Moldavos, etc que construiram a EXPO'98, os estádios do Euro2004, os centros comerciais, e um n número de infraestruturas que evoluiram o nosso país? lembre-se que não somos uma raça pura de portugueses - temos mistura em cada um de nós de judeus, muçulmanos que passaram por cá.

"E não queiram branquear, dizendo que maioria das pessoas não sente isso e não é racialista por natureza. Felizmente, o racialismo está na natureza humana, ainda que reprimida por uma suposta «evolução» que não é mais que uma ditadura de «opinion-makers» como vocês."

não queremos impingir uma ditadura de "opinion-makers", nem por sombras - como já referi,uma liberdade que nos assiste é a liberdade de expressão. por muito que discorde da sua opinião, aceito-a e debato-a consigo. concordo que o racialismo está imposto na nossa sociedade, mas as novas gerações estão a "ligar-se" com as raças diferentes e estão a ser mais tolerantes - pode ser um sinal de mudança? tenho primos em África e amigos pretos, isso faz de mim também preto?

"Com todo o orgulho, em ser persona non grata no vosso meio «evoluído», Anónimo e livre de pensar por mim sãmente."

Por ter uma opinião diferente da sua, não sou capaz de pensar por mim mesmo? se penso assim, é porque tenho razões, certo?

saudações para o Anónimo

Anónimo disse...

não consigo compreender o racismo...

continuem com o blog, mto bom!