sábado, fevereiro 09, 2008

"Barker, his name was. Benjamin Barker."


O Radarscópio já foi ver Sweeney Todd ao grande ecrã, e pode dizer-se que não houve qualquer tipo de decepção. De facto, a última obra de Tim Burton é aquilo a que se poderá chamar um filme incontornável, por diversas razões. O ambiente negro de Londres do séc. XIX, pestilento e nauseabundo, a caracterização das personagens e, por último, as interpretações em si. No fundo, foram talvez estas últimas que nos levaram a tão exacerbado elogio à versão cinematográfica do musical de Stephen Sondheim.
Será inevitável, portanto, elogiarmos a tão bem conseguida prestação de Johnny Depp. Começo a aperceber-me que estamos perante um daqueles actores ao estilo de De Niro: dêem-lhes uma personagem e todos os adereços inerentes à mesma, que eles lá se desenvencilham! Para quem nunca o tinha ouvido cantar, como é o meu exemplo, deparou-se com uma agradável surpresa; aliás, já há quem compare o seu timbre ao de David Bowie, o que por si só vale de pseudo-etiqueta do actor/cantor, sem que seja impossível os distinguirmos: Bowie foi e será sempre Bowie, e Depp deu provas de que, se continuar assim, seguramente nunca passará fome.
Por outro lado, a própria interpretação da personagem Benjamin Barker/Sweeney Todd. Se tivermos em conta que o primeiro foi pouco aprofundado, o mesmo já não se poderá dizer do segundo, que deu título ao filme. Depp encarna a personagem de tal forma que já não estamos perante o apalhaçado Jack Sparrow que andou aí a piratear-se pelas Caraíbas, mas sim de um homem cuja história o leva a actos nojentos e por vezes arrepiantes, mas ao mesmo tempo cómicos (a quantidade exagerada de sangue fala por si). E o mais curioso é que, mesmo sabendo que Todd comete crimes atrás de crimes, tomamos o seu partido, aliamo-nos à sua raiva e sede de vingança, e uma vez mais: admiramos o vilão.
Merece também referência a óptima interpretação de Helena Bonham-Carter, aparecendo uma vez mais de cabelo completamente desvairado e enlouquecido, e com as suas já bem características profundas olheiras (vimo-la assim em Fight Club e Harry Potter e a Ordem de Fénix).
Por fim, Tim Burton. Será talvez escusado dizer que se trata de um dos grandes realizadores da actualidade; na minha opinião, bastaria vermos Big Fish para que nos fosse possível afirmar o que acabei de referir.

Sinceramente, apeteceu-me bater palmas quando o filme acabou. Mas atenção: para os mais impressionáveis, cuidado com as gargantas!

Cumprimentos, Simão Martins

3 comentários:

Anónimo disse...

"At last, my arm is complete!"

Aquela madeixa branca mata-me :)


*

Gonçalo disse...

Apetecia-me ver um filme com grande mensagem de vida...será o caso?
Ajudem-me na escolha porque pagar 5,50 euros não é para qualquer filme!
Um abraço!

P.S.: O último que fui ver foi Saw 4, uma desilusão, gostei imenso do primeiro Saw, mas este foi um exagero de dinâmica terrorista com pormenores mal explicados talvez...

Anónimo disse...

great movie!