terça-feira, outubro 21, 2008

Robocall


Eu não sei onde é que John McCain quer chegar. Certo é que há já algum tempo que optou por esta campanha eleitoral não em prol da sua imagem mas sim da destruição da imagem do seu adversário. Eu não chamaria a isto campanha eleitoral, mas antes difamação.

Assim sendo, como noticia o Público de hoje, o senador republicano engendrou mais um plano maquiavélico para tentar tirar Barack Obama da corrida: chamadas telefónicas automáticas (robocalls) em nome de John McCain que acusam o senador democrata (Obama) "de estar ligado a terroristas e não ser firme na defesa da segurança nacional". E passo então a citar o que a dita robocall afirma quando a chamada é atendida:

"Olá. Estou a ligar em nome do senador John McCain e do Comité Nacional Republicano. Você precisa de saber que Barack Obama trabalhou de perto com o terrorista Bill Ayers, cuja organização bombardeou o Capitólio dos Estados Unidos, o Pentágono, a casa de um juiz e matou americanos. Os democratas vão promover uma agenda radical de esquerda se tomarem o controlo de Washington."

Ok. Convém então informar que John McCain já tinha sido alvo de uma manobra eleitoral deste género em 2000, por parte do seu opositor à nomeação Republicana, George W. Bush. As chamadas foram totalmente financiadas pela candidatura do ainda Presidente norte-americano, tendo como consultor político um tal de Jeff Larson. E agora vamos tirar algumas conclusões:
Não só McCain disse na altura algo como "prometo que nunca tive, nem nunca terei, nada a ver com este tipo de táctica política", como o seu actual consultor político é conhecido como Jeff Larson.

Ora, há algo neste homem que não deixa de me espantar. Ou provavelmente eu até estava à espera de algo assim. Mas quando nos encontramos num tempo de tal crise financeira e vejo nesta página do jornal a referência ao investimento que este processo exigiu - 70 milhões de dólares - a única pessoa que se está a cagar, no meio de tudo isto, é este tal de John McCain. Porque investir na campanha eleitoral, para promover a própria imagem, acho que é algo incontornável (embora não deixem de me chocar as quantias astronómicas gastas); quando falamos de uma manobra eleitoral hipócrita e que assenta na difamação e que só serve para tentar derrubar da maneira mais primitiva o opositor (que se apresenta mais forte, mais consistente), estamos perante o pior da América.

Esta é uma das muitas razões pelas quais John McCain não poderá ser eleito presidente dos Estados Unidos da América. É um homem sem princípios, que se orgulha de ter participado numa das maiores tragédias do séc.XX (guerra do Vietname) e certamente se orgulha das tropas que estão há três anos no Iraque e dos rios de dinheiro que se gasta em armamento, apenas para tentar promover a falsa democracia que os Estados Unidos julgam pertencer-lhes.

Este blogue, está visto, é pró-Obama. As razões, essas são mais que óbvias.

Cumprimentos, Simão Martins

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